07 dezembro 2011

isquindim de mãe

O quarto estava cheio de água.
Eu me ajoelhei para que a barriga ficasse submersa.
Um peixe grande desses meio-laranja, meio-vermelho, meio-dourado, então, se aproximou, e, como um gato, se esfregou em meu ventre.
Me arrodeou e, voltando pro seu caminho, deixou que eu o acarinhasse, sentindo o liso brilhoso de suas escamas.

Fui presenteada. De mãe pra mãe, recebi o carinho de um filho que ainda se encontra assim, ser nadante na matéria de que sou feita.

Um comentário:

  1. que lindo texto!
    a Mãe-água, generosa, acolhe com toda ternura aqueles que, generosos, tanto sabem acolher qto sabem ser acolhidos.

    que lindo!...

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